CUIABÁ

ARTIGO & OPINIÃO

Solidão x saúde física e mental

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Por Amanda Almeida

É comum nos sentirmos sozinhos em um dado momento da vida, contudo em algumas pessoas esse sentimento é rotineiro e a solidão se torna crônica. O ser humano é naturalmente voltado a estabelecer relacionamentos e fazer os mais variados tipos de conexões ao longo da vida, e quando esse vínculo é quebrado começam a surgir os efeitos na saúde física e mental.

Estudos internacionais evidenciam que a solidão crônica e o isolamento social estão associados a maior incidência de doenças e risco de morte prematura.

Conforme pesquisa divulgada pela Universidade Newcastle, no Reino Unido, a solidão está relacionada ao aumento de quase um terço do risco de sofrer doenças cardiovasculares e derrames cerebrais.

Os solitários têm mais chance de desenvolver depressão, ansiedade e se sentir mais infelizes. Além de ter um sono sem qualidade. Outro reflexo negativo das pessoas que se sentem isoladas é adotar comportamentos prejudiciais à saúde, como fumar, comer excessivamente ou não praticar atividades físicas. Fatores que favorecem o surgimento de problemas cardíacos, em geral.

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Cientistas das universidades da Califórnia e de Chicago também identificaram que a solidão pode diminuir a resistência do sistema imunológico.

Como evoluímos para viver em grupos, o isolamento por período prolongado pode levar à sensação inconsciente de constante ameaça, esse estado de alerta contínuo aumenta as inflamações no corpo e reduz a capacidade de combater vírus e bactérias, causadores das infecções.

A solidão e o isolamento social elevam em 30% o risco de morte prematura, de acordo com estudo da Universidade Brigham Young (EUA), publicado na revista da Association for Psychological Science.

O resultado aponta que adultos de meia-idade têm mais possibilidade de morrer quando sofrem de solidão crônica ou vivem sozinhos do que adultos idosos com características semelhantes.

As descobertas demonstram o quanto o contato social é fundamental para nos mantermos saudáveis física e psicologicamente. Ter por perto família, amigos e colegas de trabalho ajuda na interação, troca de experiências e na manutenção do bem-estar.

Manter uma vida social ativa também favorece a liberação da serotonina, hormônio relacionado à satisfação, que propicia sentimentos de prazer e bem-estar.

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Embora estejamos cada dia mais conectados por meio das redes sociais, que encurtam distâncias, ter convívio mais próximo e relacionamentos duradouros são formas de “tratamento” do fenômeno solidão que tem atingido pessoas de todas as idades, em todo o planeta.

É preciso combater a solidão e o isolamento para que deixem de ceifar a saúde, a felicidade e a vida daqueles que se sentem sozinhos.

*Amanda Almeida é especializada em Psicanálise Clínica e atende no Hospital São Mateus em Cuiabá.

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ARTIGO & OPINIÃO

TDAH afeta mais de 6% dos brasileiros acima dos 44 anos

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Embora o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) seja diagnosticado, na maioria das vezes, na fase da infância e adolescência, o número de identificações do TDAH tem crescido expressivamente entre adultos. De acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção, a prevalência é de 6,1%, em pacientes a partir dos 45 anos.

O órgão destaca que o TDAH também afeta 5,2% dos indivíduos na faixa etária de 18 a 44 anos. A preponderância deste tipo de transtorno em adultos, no país, é similar à média mundial, que é de 5%, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS).

*TDAH*

TDAH é um transtorno neurobiológico que, regularmente, é detectado na infância e acompanha o indivíduo por toda a vida. Os sintomas mais característicos são: falta de foco e atenção, hiperatividade e impulsividade. Entretanto, as pessoas com TDAH podem apresentar dificuldade para seguir rotinas, tédio, dificuldade de planejamento e execução de tarefas, procrastinação, ansiedade, alterações de humor, esquecimentos frequentes entre outras limitações.

Segundo o médico neurologista que atende no Hospital São Mateus, José Alexandre Borges Figueiredo Junior, estima-se que mais de 60% das crianças que têm TDAH entram na fase adulta com alterações causadas por ele.

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“Em geral, os sintomas são mais brandos na infância e podem se intensificar na vida adulta. Estudos revelam que entre 5% e 8% da população global sofre desse transtorno. Somente nos Estados Unidos há cerca de 15,5 milhões de adultos com esta condição”, pontua o especialista.

Todavia, Figueiredo Junior ressalta que o aumento do número de diagnósticos em adultos é resultado de maior conhecimento da população sobre o tema e de mudanças nas práticas de diagnóstico que, atualmente, são mais abrangentes, facilitando a identificação do transtorno nesta etapa da vida.

O médico reforça que caso sejam percebidos sinais do TDAH no dia a dia do indivíduo, o fundamental é procurar um profissional capacitado, um psiquiatra ou neurologista, que vai fazer uma “entrevista” com o paciente e a partir daí confirmar ou descartar o transtorno. No caso das crianças, o neuropediatra é o especialista recomendado.

*Causas*

O professor titular de psiquiatria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Luiz Augusto Rode, ressalta que apesar de não haver causas específicas para o TDAH, o transtorno pode estar relacionado a ligações gênicas e familiares. Mas também pode ser associado a fatores externos.

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“Não é incomum que o pai leve o filho para a consulta e comece a se identificar com os questionamentos do médico. Em torno de 30% das crianças diagnosticadas tem um ou os dois pais com o transtorno”, relata o médico.

Pesquisadores analisam a possibilidade de fatores ambientais serem responsáveis pelo acréscimo do risco de desenvolver TDAH. Assim como, lesões cerebrais, nutrição e ambientes sociais.

*Tipos de TDAH*

Os três tipos de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade são:

*TDAH desatento*: o traço mais marcante é a incapacidade de manter a atenção e distração. Também é conhecido como transtorno de déficit de atenção (TDA).

*TDAH hiperativo e impulsivo*: é marcado pela hiperatividade e impulsividade do paciente.

*TDAH combinado*: esse tipo une os três sintomas mais comuns, já que causa desatenção, hiperatividade e impulsividade.

*Tratamento*

O tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade em adultos é, normalmente, feito de forma associada combinando o uso de medicamentos e terapia cognitivo-comportamental.

Também faz parte das indicações médicas, reduzir o consumo de estimulantes, como açúcar e cafeína e adotar uma rotina de atividades físicas regulares, medidas que podem auxiliar no controle dos sintomas do TDAH.

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