CUIABÁ

ARTIGO DE OPINIÃO

O Congresso finalmente enfrenta o crime organizado

Publicado em

Coronel Fernanda

A aprovação do PL Antifacção pela Câmara dos Deputados não é apenas mais um capítulo no debate sobre segurança pública. É, sem exagero, um marco histórico na luta do país contra o crime organizado, uma luta que os brasileiros travam diariamente, muitas vezes sem a proteção adequada do Estado.

O placar expressivo, 370 votos a favor, revela algo importante: há uma maioria no Parlamento que não aceita mais o crescimento das facções, a intimidação de comunidades inteiras, o avanço das milícias e o enfraquecimento das instituições responsáveis pela proteção da sociedade. Essa vitória é da população que trabalha, que respeita a lei, que não suporta mais ser refém de organizações que dominam territórios, exploram vulneráveis e desafiam a autoridade pública.

Como Coronel da Polícia Militar de Mato Grosso e como deputada, acompanho essa realidade de perto. E afirmo sem hesitação: o projeto original enviado pelo governo federal não respondia à gravidade do problema. Era um texto tímido, descolado da realidade das ruas, desconectado do que policiais, promotores e juízes enfrentam todos os dias.

Por isso, o substitutivo aprovado pela Câmara representa, sim, uma mudança de patamar. Ele endurece penas, restringe benefícios, impede progressão facilitada de regime e reconhece que o crime organizado atua com lógica de poder territorial, uma lógica que demanda respostas proporcionais. O PL cria o conceito de domínio social estruturado, que fecha brechas legais utilizadas por facções e milícias para escapar de punições mais severas.

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Além disso, a previsão de apreensão imediata de bens usados ou obtidos pela prática criminosa representa um avanço inegável. Enquanto o crime continuar lucrando, continuará crescendo. Golpear o patrimônio das facções é atacar seu coração financeiro.

Há quem critique o texto aprovado, alegando exageros ou riscos à atuação da Polícia Federal. Mas isso não encontra respaldo na versão final votada pelo plenário. Pelo contrário: garantimos segurança jurídica à PF, preservamos suas atribuições e fortalecemos sua capacidade investigativa. O combate ao crime não se faz enfraquecendo instituições, faz-se fortalecendo-as.

O que vimos durante a votação foi uma tentativa clara do governo de adiar, descaracterizar e esvaziar o projeto. Requerimentos foram apresentados para protelar a análise; discursos inflamados tentaram deslegitimar o trabalho do relator, deputado Guilherme Derrite. Mas o plenário enviou um recado claro: o país não aceita vacilos nesse tema. A sociedade exige firmeza.

E foi com esse espírito que votei a favor do PL Antifacção. Porque sei, não por teoria, mas por experiência, o que significa enfrentar facções que controlam bairros, intimidam famílias e desafiam o Estado. Sei o valor de cada policial que arrisca a vida para proteger a população. E sei que segurança pública não pode ser tratada como pauta ideológica. É pauta de sobrevivência.

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A aprovação desse projeto não resolve todos os problemas, é verdade. Mas é um passo enorme. Um avanço real. Um recado claro: o Brasil não será governado pelo crime.

Aos brasileiros de bem, que trabalham, estudam, criam seus filhos em meio ao medo, deixo uma mensagem: seguimos firmes. Não recuaremos um milímetro.
O crime avança quando o Estado se acovarda. E este Parlamento mostrou que não se acovarda. Este é o caminho. E é assim que continuarei trabalhando: com coragem, com verdade e com compromisso absoluto com a segurança de Mato Grosso e do Brasil.

_**Coronel Fernanda* é deputada federal por Mato Grosso._

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ARTIGO & OPINIÃO

Um novo olhar para os riscos climáticos

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Por Katiuscia Manteli_

Com a chegada do período chuvoso, Cuiabá entra novamente em estado de alerta. A cada ano, vemos cenas que se repetem: ruas alagadas, famílias desalojadas, bens perdidos e comunidades inteiras tentando reconstruir o que a força da água levou. Esses episódios não podem mais ser tratados como fatalidades inevitáveis. Precisamos assumir que as mudanças climáticas tornaram os eventos extremos mais frequentes e intensos, e que somente uma cultura de prevenção pode proteger vidas.

Foi justamente com essa preocupação que apresentei a Lei nº 7.308/2025, que institui a Campanha de Conscientização para o Enfrentamento de Catástrofes e Desastres Naturais. A legislação representa um avanço essencial ao colocar na agenda pública aquilo que sempre foi urgente: informar, preparar e mobilizar a população para reduzir riscos e evitar tragédias, especialmente diante da chegada das chuvas.

A criação dessa campanha reafirma o compromisso de Cuiabá com uma política permanente de conscientização e preparo diante dos eventos climáticos. Ao estabelecer diretrizes para ações educativas, fortalecimento comunitário e comunicação clara sobre riscos, a lei organiza esforços e orienta prioridades, consolidando um caminho mais seguro e estruturado para lidar com emergências.

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Prevenção não é um conceito abstrato, é prática diária. As iniciativas previstas abrangem campanhas informativas, simulações de emergência, atividades em escolas e ações voltadas especialmente às comunidades mais vulneráveis. Experiências de outras cidades mostram que, quando as pessoas sabem como agir, conhecem suas áreas de risco e identificam sinais de perigo, os danos diminuem de forma significativa.

Outro ponto fundamental é o estímulo à criação de Núcleos Comunitários de Proteção e Defesa Civil. Eles fortalecem a resposta local e tornam cada comunidade parte ativa do processo de prevenção, ampliando a rede de cuidado e agilizando a comunicação em emergências. É uma estratégia que aproxima população e poder público em torno de um propósito comum: salvar vidas.

Cuiabá precisa deixar para trás a postura reativa que historicamente marcou sua relação com os eventos climáticos. A prevenção é sempre mais eficiente, menos custosa e mais humana do que qualquer medida emergencial tomada depois do desastre. Com informação, educação e participação comunitária, podemos construir uma cidade mais segura, preparada e resiliente.

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A campanha instituída pela lei de minha autoria é um marco importante para o município, e sigo comprometida com sua divulgação e fortalecimento para que alcance cada bairro, cada escola e cada família. As chuvas que se aproximam não devem ser motivo de medo, mas de responsabilidade compartilhada. Quando unimos esforços, transformamos risco em preparação e incerteza em proteção. É assim que construímos uma Cuiabá que cuida das pessoas, antes, durante e depois das chuvas.

_**Katiuscia Manteli* é jornalista e vereadora em Cuiabá (PSB)._

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