Moradores do bairro São Mateus em Cuiabá, ganham cestas básicas do Governo do Estado e reivindicam regularização fundiária. Veja vídeo
Publicado em
18 de janeiro de 2025
por
Luiz Henrique Menezes
O Governo do Estado e a Prefeitura de Cuiabá uniram esforços e distribuíram, na tarde desta sexta-feira (16), mais de 250 cestas básicas, materiais de limpeza, cobertores e colchões para moradores do entorno do Córrego do Gambá. A secretária de Assistência Social, Vânia Rosa, e a vereadora presidente da Câmara Municipal, Paula Calil, mencionaram o descaso e a má administração das gestões anteriores, não apenas no bairro, mas em toda a cidade.
“Esses alagamentos são decorrentes da maneira como Cuiabá foi tratada nesses oito anos. Os bairros estão abandonados, e a gente precisa realmente olhar por todos vocês”, afirmou a vereadora em seu discurso.
A primeira-dama do município e também vereadora, Samanta Iris, destacou o abandono da cidade: “O Abílio encontrou Cuiabá inteira numa situação de abandono. Sabemos que o que aconteceu neste bairro não foi causado pelas últimas chuvas. Então, acho que precisamos ser realistas e entender que esses problemas não serão resolvidos até amanhã ou até a semana que vem. É preciso planejar e fazer acontecer o que precisa ser feito aqui, e isso é um desejo do coração do Abílio”, ressaltou Samanta.
Já a primeira-dama do Estado, Virginia Mendes, relembrou a gestão de Mauro Mendes como prefeito, mencionando que ele também encontrou a prefeitura em situação precária, mas realizou um grande trabalho de gestão, asfaltando vários bairros. “Eu sempre trabalhei sozinha em Cuiabá no social porque não havia parceria. Não era porque nós não queríamos parceria com o município, mas porque o município não queria parceria com o governador, nem com a primeira-dama, nem com ninguém do Estado”, afirmou Virginia.
A vice-prefeita e secretária de Ação Social, Vânia Rosa, agradeceu as parcerias e destacou o caos em que se encontra a prefeitura. “Podem contar com o nosso empenho. Temos dormido e acordado pensando em como melhorar a nossa cidade, buscando parcerias com o Governo do Estado. Aqui estão a nossa primeira-dama Virginia Mendes, a nossa primeira-dama do município e vereadora Samanta Iris, e a presidente da Câmara, vereadora Paula Kalil. Mulheres fortes! E nós continuaremos sendo fortes por vocês. Pedimos compreensão, pois a casa está muito bagunçada, com muita coisa errada. Posso falar com veemência e legitimidade, mas vamos arrumar tudo isso. Contem conosco”, declarou Vânia.
Uma das reivindicações levantadas foi a falta de documentação do bairro, que surgiu há mais de 50 anos. O local era conhecido como Acampamento Couto Magalhães. Com a extinção do acampamento, ocorreu a primeira invasão, e a área passou a ser chamada de Terceiro ou Terceiro Velho.
Em 1974, com a maior enchente do Rio Cuiabá e o transbordamento de córregos, as famílias foram retiradas e criados os bairros Novo Terceiro e Grande Terceiro. Anos depois, com uma nova invasão, surgiu o bairro São Mateus.
A bacia do Córrego do Gambá é extensa, iniciando no bairro Jardim Leblon. É um divisor de águas entre o Córrego do Gambá e o Córrego da Prainha. A área de contribuição do Córrego do Gambá abrange parte dos bairros Jardim Leblon, Lixeira, Areão, Poção, Dom Aquino, Jardim Paulista e São Mateus.
A história do bairro São Mateus reflete o sofrimento e a resistência das famílias que lutam para permanecer na área, castigada todos os anos pelas enchentes e alagamentos em suas casas. A região, cortada pelo Córrego do Gambá, já esteve diversas vezes debaixo d’água. Os moradores continuam reivindicando a regularização fundiária.
Sondagem realizada nesta semana pelo Núcleo de Inteligência de Mercado da Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL Cuiabá) mensurou os impactos causados pelas obras do Bus Rapid Transit (BRT) sobre o comércio local. O levantamento foi realizado nos dias 29 e 30 junto a empresas situadas ao longo da Avenida Rubens de Mendonça (do CPA).
Acima, trecho da Avenida Rubens de Mendonça (do CPA) em obras.
Do total, 90% dos empresários afirmaram que as obras impactaram negativamente seus negócios. Entre os principais desafios, 87% registraram queda no volume de vendas e no faturamento. Em média, a redução no faturamento foi de 36%. Além disso, 83% dos entrevistados relataram que o fluxo de clientes também caiu.
No decorrer de 2024, as empresas buscaram se adaptar: 33% adotaram novas estratégias de venda, sendo que 23% mudaram o horário de atendimento e 13% reduziram o quadro de funcionários. Em duas a cada dez empresas, foi preciso demitir colaboradores.
O levantamento foi realizado pela CDL Cuiabá para compreender melhor os desafios que as empresas estão tendo durante a implantação do BRT na capital do estado.
Nos últimos dias, a entidade tem dialogado com Governo do Estado e Prefeitura de Cuiabá para evitar que os prejuízos continuem em 2025. Em discussão, estão tanto o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) e o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), na esfera municipal, como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), no âmbito estadual.
“Entendemos que faz sentido a adoção de um regime tributário excepcional, temporário e diferenciado para comércio e prestadores de serviço que foram prejudicados pelas obras do BRT. Estamos abertos para desenhar a melhor solução junto com o Poder Público”, declara o presidente da CDL Cuiabá, Júnior Macagnam.
Na sondagem, a CDL Cuiabá ouviu empresas do comércio (40%), de serviços (33%) e alimentação e bebidas (17%), entre outros setores (10%). Entre elas, 60% acreditam que a conclusão do BRT beneficiará o comércio local, enquanto 20% acham cedo para avaliar e 20% afirmaram não ver vantagens na implantação do novo modal.
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