Gilberto Cattani desabafa: “Eu choro hoje pela maneira como foi feito com minha filha. É muita crueldade! Minha filha morreu com 35 facadas.” vídeo
Publicado em
22 de julho de 2024
por
Luiz Henrique Menezes
Tristeza e comoção no velório de Raquel Cattani, filha do deputado Gilberto Cattani, que foi assassinada na noite de quinta para sexta-feira 19/07, no Assentamento Pontal do Marape, na zona rural do município de Nova Mutum, em Mato Grosso.
A ex-primeira-dama do Brasil Michelle Bolsonaro presidente do PL Mulher no Brasil, esteve presente no velório em Lucas do Rio Verde ela chegou com uma comitiva e fez questão da visita por ela e Bolsonaro serem muito proximo da familia Cattani. Micelle ficou a maior parte do tempo abraçada à mãe de Raquel, dona Sandra Cattani, que estava inconsolável, veja vídeo
As forças de segurança do Estado fizeram um trabalho minucioso para desvendar a morte de Raquel. “Tudo que a gente pode utilizar como prova para desvendar esse crime foi coletado”, afirmou o secretário de Estado de Segurança Pública, César Roveri.
Noite do crime: Conforme algumas informações, na noite de quinta, 18/07, ela e sua família teriam ido a uma pastelaria onde ficaram até por volta das 20:30, quando decidiram ir para casa. Raquel teria pedido para a mãe para ir na frente, por estar de moto e não querer pegar poeira. Ao chegar no sítio dos pais, ela seguiu para sua casa, que fica um pouco mais à frente. Já em casa, teria ido direto estender roupas quando, provavelmente, foi surpreendida pelo assassino(os) e iniciou uma luta pela vida. Essa possibilidade foi levantada por algumas pessoas, pois ela estava com a mesma roupa que teria passado o dia. Pela manhã, Raquel não foi ordenhar as vacas, algo que fazia todos os dias. Sua mãe, Sandra Cattani, percebendo a demora, foi até o sítio da filha e a encontrou já sem vida. A moto e o celular foram furtados.
A perícia constatou que Raquel teve 35 perfurações de arma branca, muitas delas na região do pescoço. Raquel era uma moça forte e, com certeza, lutou com o assassino(os).
Em uma fala no velório, Cattani contou algumas histórias de sua filha. Uma delas é que, desde os 10 anos, ela domava cavalos e era uma excelente domadora. “Desde criança ela sempre gostou de cavalos. Nós tínhamos quatro éguas, vendemos todas e compramos um garanhão, e ele está lá no sítio até hoje. Por que estou chorando? Pela falta que ela vai fazer e pela maneira como fizeram com minha filha. É muita crueldade. Minha filha morreu com 35 facadas.”
Após ser liberado pela polícia, Romero, seu ex-marido, foi ao velório e chorou muito. Romero e Raquel estavam em processo de separação. Já não moravam mais juntos, e ele teria pego os filhos para passar o dia um dia antes da morte de Raquel. No momento do crime, ela estava sozinha em casa. Na sexta, ele voltou para trazer as crianças e foi imediatamente detido pela polícia, mas tinha álibis que o isentavam de participação e logo foi liberado. Ele esteve presente, junto ao casal de filhos, no velório da ex-esposa.
A imprensa noticiou inúmeras possibilidades, desde a participação do ex-marido no crime até que o próprio pai, Gilberto Cattani, teria assassinado a filha. Também foi noticiado que ela teria sido morta a tiros. Isso deixou toda a família indignada com o desconhecimento e a desinformação que circulou sobre o fato, fazendo com que, no domingo após o sepultamento, ele postasse em suas redes sociais uma nota de repúdio e desabafo.
Cattani e Sandra têm três filhos; Raquel era sua única menina. No velório, ele manteve seu chapéu junto ao da filha sob o caixão. Não tiraram somente a vida do seu “docinho”, como ele a chamava, mas sua alma de caubói também foi brutalmente afetada.
Roveri e o secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Garcia, estiveram em Nova Mutum acompanhando todo o processo de apuração das forças de segurança.
O corpo de Raquel chegou a Lucas do Rio Verde às 4h da manhã do sábado, 20/07, e foi recepcionado pelos pais, irmão e amigos que lotaram a capela onde foi velada. O Governador Mauro e Virgínia Mendes também estiveram no velório para abraçar a família. E determinou: “Que esse caso seja elucidado o mais rápido possível, assim como em todos os crimes que ocorrem no Estado.” “Temos inúmeros exemplos, como o assassinato do camelô, a chacina de Sinop, a chacina da família de Sorriso. Em todos esses casos, nós também prendemos os criminosos e os levamos às barras da justiça para serem julgados, usando todo o aparato policial”, destacou Roveri.
A sessão da CPMI do INSS desta segunda-feira (8) foi marcada por forte tensão política e denúncias que ampliam o alcance das fraudes envolvendo aposentados, pensionistas e até crianças com deficiência. O ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi, foi ouvido como convidado, após pedido do relator dep. Alfredo Gaspar (União-AL).
O peso do depoimento de Lupi
Lupi, que deixou o ministério em maio após o escândalo dos descontos indevidos, insistiu que não é investigado e que colaborou para as apurações. Disse que o início das investigações se deu no próprio ministério, em conjunto com a Ouvidoria e a Polícia Federal, mas admitiu falhas em dimensionar a gravidade do esquema. O ex-ministro também levantou a hipótese da presença do crime organizado infiltrado no INSS, embora sem apresentar provas concretas, sustentando que as investigações podem chegar a esse ponto.
Questionamentos duros e contradições
O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), destacou que a comissão já aprovou mais de 1,6 mil requerimentos e reforçou que a prioridade é identificar “quem são os ladrões e onde foi parar o dinheiro”.
O senador Eduardo Girão (Novo-CE) apontou contradições no depoimento de Lupi. Para ele, o ex-ministro ora dizia ter conhecimento das irregularidades, ora negava. Girão cobrou uma apuração técnica, sem viés ideológico, e defendeu a devolução dos valores aos aposentados:
“Os velhinhos, que precisavam de dignidade para comprar remédio, foram saqueados. Isso não pode ficar barato. Os responsáveis têm que ser punidos exemplarmente.”
A intervenção mais impactante da noite veio do senador Izalci Lucas (PL-DF). Ele denunciou que mais de 500 mil crianças com deficiência — como paralisia cerebral, síndrome de Down, esquizofrenia e AME — possuem empréstimos consignados registrados em seus nomes, inclusive beneficiários do BPC. Lupi disse desconhecer o caso e afirmou que tomava conhecimento apenas naquele momento.
Izalci também questionou o processo seletivo que concentrou no PicPay, ligado à JBS, a operação de antecipação de benefícios, com cobrança de juros e taxas mesmo diante de uma instrução normativa que proibia tais cobranças. Segundo ele, foram 492 mil cadastros feitos até a suspensão da medida.
“Como pode crianças de quatro, cinco anos com empréstimos em seus nomes? Isso é gravíssimo, e ninguém sabia de nada? O Brasil não pode aceitar esse tipo de fraude”, disparou Izalci.
Avanço das investigações
Na semana passada, a diretora da Auditoria da Previdência da CGU, Eliane Viegas, já havia alertado à CPMI que o INSS ignorou recomendações de não renovar acordos com entidades como a CONTAG, apontada como responsável por descontos sem autorização de mais de 1,2 milhão de beneficiários. A auditoria constatou que as fraudes em descontos saltaram de R$ 387 milhões em 2015 para R$ 3,4 bilhões em 2024.
Com mais de 30 parlamentares inscritos, a reunião deve se estender pela madrugada. O presidente da CPMI disse estar preparado para encerrar apenas por volta das 3h da manhã.
Mas… enquanto isso,
No meio de tantas falas, números e acusações, a verdade que permanece é dura: quem perde sempre são os mesmos. Os aposentados que veem seu benefício ser sugado, as crianças com deficiência que já carregam dívidas que nunca contraíram, e o próprio Brasil, que sangra a cada novo escândalo.
Desde a morte de Tancredo Neves e da luta de Dante de Oliveira pelas Diretas, a democracia parecia ser a promessa de um país limpo. Mas nenhum presidente, desde então, conseguiu entregar um governo livre da sombra da corrupção. Houve um tempo em que a sangria foi contida, quando Bolsonaro tentou estancar a farra milionária. Porém, as engrenagens da política e dos velhos vícios não permitem que o país alcance a liberdade real.
E assim seguimos: um povo que acreditou no voto, mas que ainda assiste a democracia se transformar em palco de narrativas, enquanto os mais frágeis — velhinhos e crianças — pagam a conta da omissão e da roubalheira.