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TECNOLOGIA

Inteligência artificial e analíticos de vídeo como ferramentas de prevenção da violência nas escolas

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Por Selma Migliori, presidente da ABESE – Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança

Os últimos acontecimentos em escolas brasileiras demonstraram um diagnóstico desafiador para os profissionais de segurança: as instituições de ensino estão vulneráveis. É claro que estas tragédias dizem muito mais que isso, são reflexos de questões de saúde mental, da precarização educacional, entre outros apontamentos, e, para evitar que essas cenas se repitam, é necessária uma resposta multidisciplinar, onde acredito que o papel da segurança eletrônica será primordial, uma vez que conseguimos unir uma resposta rápida em situações de perigo, sem renunciar àquilo que as escolas brasileiras são, espaços de acolhimento e aprendizado.

Assim que as notícias sobre os terríveis atentados em escolas ganharam dimensão nacional, muitas instituições passaram a contar com policiamento na entrada e saída de estudantes ou revista para identificar armas e outros objetos perfurantes. Contudo, a quantidade de profissionais necessários para realizar esta atividade todos os dias, em todos os turnos, de todas as escolas de um município, torna esta medida pouco sustentável em longo prazo. A segurança está sempre em primeiro lugar, mas atualmente existem meios mais efetivos, com melhor custo-benefício e, sobretudo, com a escalabilidade necessária para a quantidade de instituições brasileiras.

Uma nova abordagem sobre segurança nas escolas

Isso não significa deixar a segurança das escolas como está, mas entender que em um ambiente educacional, que lida com jovens que precisam se sentir pertencentes para que possam se desenvolver subjetivamente e intelectualmente, o desafio da segurança é muito maior, muito mais complexo: precisamos proteger sem renunciar ao acolhimento, que é uma palavra-chave para educadores. Nesse sentido, o ecossistema de inovação brasileiro apresenta soluções que podem prover uma nova abordagem para segurança em escolas, baseada em uma operação inteligente.

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Com recursos como a Inteligência Artificial (AI), Internet das Coisas (IoT), Aprendizado Profundo, e a entrada do 5G, os equipamentos de segurança podem passar despercebidos pela comunidade escolar, mas atuantes 24h por dia. Por exemplo, quem cuida dos muros dos colégios? Com soluções perimetrais, câmeras de monitoramento com analíticos de vídeo conseguem identificar de maneira autônoma caso alguém tente pular o muro e imediatamente emitir um alerta para a equipe de segurança que pode avisar através de áudio em tempo real o possível invasor que ele está sendo monitorado.

O controle de acesso em escolas, também pode mudar com a tecnologia. Com o reconhecimento facial, por exemplo, a liberação para a entrada de estudantes pode acontecer apenas após ter certeza de que aquele é um estudante regularmente matriculado na instituição. A evolução da tecnologia permite que isso seja feito em 1 segundo e que óculos, máscaras de proteção ou mudanças no visual não atrapalhem a leitura. Se pensarmos em redes de ensino, é possível até que, caso este estudante tenha um histórico de agressão em outra unidade, por exemplo, a direção pedagógica da nova turma receba este relatório imediatamente e possa acompanhar a evolução do aluno na nova escola.

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 Integração como resposta

Nesse sentido, caminhando para a evolução do ecossistema de cidades inteligentes e entendendo que a educação faz parte deste novo modelo de gestão pública, conseguir integrar os dados será essencial. Aqui falamos de segurança, mas podemos expandir para outras áreas, como saúde, por exemplo. Imagine que um estudante tenha sido diagnosticado com conjuntivite no posto de saúde, no outro dia esta informação já pode constar para a diretoria de ensino, que pode abonar a falta, se entendermos que esses são dados que podem ser compartilhados e assim a família permitir, claro.

Para realizar tais projetos é preciso, primeiramente, investimento. A boa notícia é que a maioria das soluções são à prova de futuro, ou seja, acompanham as inovações que surgirem ao longo do caminho, tornando a taxa de retorno de investimento (ROI) bastante atrativa O outro fator, este mais complexo, é a necessidade de regulamentação da segurança eletrônica e a capacitação profissional, e, para este último, voltamos à sala de aula, ressaltando a importância da educação para um futuro inteligente.

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ARTIGO & OPINIÃO

COP30 e o crédito de carbono* Por Edson Mendes

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Belém, no coração da Amazônia, será o palco onde o mundo discutirá o futuro do clima e da economia florestal. Cercados pela riqueza natural da floresta, líderes globais se reunirão, entre 10 e 21 de novembro, para debater soluções concretas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. E uma das mais promissoras é o fortalecimento dos mercados de crédito de carbono de alta integridade, que conciliam conservação, reflorestamento e desenvolvimento econômico sustentável.

Gerar crédito de carbono significa atribuir valor econômico à redução ou remoção de gases de efeito estufa. Cada crédito corresponde a uma tonelada de dióxido de carbono que deixou de ser emitida ou foi retirada da atmosfera, resultado de práticas como restauração florestal, manejo sustentável, agricultura regenerativa e investimentos em energia limpa.

Não é de hoje que defendo o desenvolvimento atrelado ao cuidado com a natureza. Há anos, presto consultoria e gerencio o manejo florestal responsável em propriedades rurais, orientando produtores, recuperando áreas de preservação e promovendo capacitação técnica e social nas comunidades onde atuo. Esse trabalho, embora localizado, tem um efeito direto sobre o clima: cada área restaurada ou manejada de forma correta é um ativo ambiental que pode gerar crédito de carbono e contribuir para metas globais.

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Se antes o mercado explorava recursos naturais de forma exaustiva, hoje ele descobre que pode fazer negócio com a preservação. A sustentabilidade deixou de ser um discurso para se tornar critério econômico: investidores e compradores internacionais priorizam cadeias produtivas com rastreabilidade e baixo impacto ambiental. As empresas que se adaptam a essa nova lógica reduzem riscos, atraem financiamentos verdes e conquistam mercados dispostos a pagar mais por produtos sustentáveis.

Já aquelas que ignoram essa transição ficam para trás. Perdem espaço, valor de mercado e acesso a linhas de crédito, enquanto as sustentáveis abrem caminho para inovação e crescimento.

O crédito de carbono, portanto, não é moeda de compensação para quem continua poluindo, mas um instrumento de transição para uma economia que valoriza boas práticas, respeita limites ecológicos e reconhece o papel das comunidades que mantêm a floresta viva: povos indígenas, extrativistas e ribeirinhos.

Ainda há muito a ser debatido durante a COP30, e o modelo ideal de mercado de carbono global talvez não surja de imediato. Mas o simples fato de o mundo discutir esse tema em solo amazônico já representa um avanço. Belém simboliza o início de uma nova era: a da floresta em pé como ativo climático e econômico – e o Brasil tem tudo para liderar esse movimento.

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EDSON MENDES é engenheiro florestal, tem pós-graduação em Direito Ambiental e atualmente é diretor anbiental do Grupo Mônica

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