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Estabilização do dólar pode impulsionar importações brasileiras

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Desde o início de 2025 a moeda americana enfrenta uma desvalorização frente ao real. Em fevereiro, o dólar acumulou queda de quase 6% e registrou o menor valor desde novembro do ano passado. Para o especialista em comércio exterior, Sandro Marin, esse cenário de estabilização pode criar oportunidades para alavancar as importações brasileiras, que já cresceram 19,6% nos dois primeiros meses do ano, se comparado ao mesmo período de 2024, e totalizaram US$ 46,3 bilhões, além de reduzir custos para o consumidor final sobre produtos estrangeiros.

A cotação do dólar tem fechado em queda desde o início de 2025. Em fevereiro, a moeda americana acumulou uma redução de quase 6% no comparativo com o mesmo período de janeiro e registrou o menor valor desde novembro de 2024, de US$ 5,68. Nas últimas semanas, o mercado observa uma certa estabilidade do dólar, que tem variado na casa dos US$ 5,80. Para o especialista em comércio exterior e diretor da Tek Trade, Sandro Marin, uma possível estabilização da moeda americana pode impulsionar as importações brasileiras.

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“Nas últimas semanas o mercado não teve notícias de grande impacto sobre o dólar, o que permitiu sua estabilização. Além disso, o Brasil tem sido pouco atingido pelas novas tarifas sobre importações anunciadas pelo governo dos Estados Unidos. A manutenção desse cenário pode ser muito favorável para estimular o fluxo de importações que abastece diversos setores da economia do país. Com o dólar estável, as empresas brasileiras conseguem negociar melhores condições de pagamento e reduzir os custos operacionais, impactando positivamente no bolso do consumidor final sobre produtos estrangeiros”, explica Sandro Marin. Ele alerta, no entanto, que o mercado segue atento aos movimentos dos EUA e a divulgação de indicadores econômicos importantes pode alterar a situação cambial.

Dados do Comex Stat, plataforma do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), apontam que as importações brasileiras já registram alta nos primeiros dois meses de 2025. Ao todo, foram importados US$ 46,3 bilhões em janeiro e fevereiro, enquanto no mesmo período de 2024 esse número foi de US$ 38,7 bilhões, um aumento de 19,6%. A China se mantém como principal fornecedor neste ano, com montante de US$ 14 bilhões – um incremento de 47% em relação a janeiro e fevereiro do ano anterior. Em seguida aparecem Estados Unidos (US$ 6,7 bilhões), Alemanha (US$ 2,2 bilhões), Argentina (US$ 1,9 bilhão) e Rússia (US$ 1,4 bilhão) no top 5 das importações brasileiras.

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De acordo com o diretor da Tek Trade, as empresas que atuam no comércio exterior podem adotar algumas estratégias para proteger seus negócios frente às oscilações cambiais. “Uma prática interessante para neutralizar a volatilidade do dólar é o hedge cambial, um mecanismo financeiro que busca minimizar o risco de flutuações indesejadas na conversão de moedas, como por exemplo fechar contratos futuros”, completa Marin.

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Dom Orani participa do conclave e traz consigo “profecia” de religiosa

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Filho caçula de uma família de nove irmãos, em São José do Rio Pardo (SP), o adolescente Orani chegou a resistir a seguir a vida religiosa. Afinal, a família, muito humilde, poderia precisar de seu apoio mais presente. No entanto, uma professora, alfabetizadora e religiosa chamada Maria de Lourdes Benedita Nogueira Fontão, mais conhecida como Lourdinha, fez a diferença. 

Ela estimulou o rapaz e disse que apoiaria os pais, que ainda ouviram dela (ainda no início da vida religiosa, quando ele não era nem padre) que o “menino” seria bispo e papa. Orani hoje é cardeal arcebispo do Rio de Janeiro, apto a votar no próximo conclave (e a ser votado).

No entanto, pessoas ouvidas pela Agência Brasil garantem que o religioso nunca cogitou a possibilidade de ser escolhido, mas sempre faz questão de falar de suas raízes e da amizade com a família de Lourdinha, que teve cinco filhos. 

“Orani falou que queria estudar para padre, mas que não ia por causa dos pais idosos. MInha mãe falou: ‘vá e eu cuido deles. Eu prometo ir lá todo dia levar a comunhão para eles”, diz a filha de Lourdinha, a xará dela e também professora Maria de Lourdes Fontão, de 66 anos.

Vínculos

“Dom Orani nunca deixou de ter um vínculo com a comunidade de onde ele saiu. E nunca deixou de ter um vínculo com a minha família”, diz o filho de Lourdinha, Paulo Celso Fontão, de 61 anos, que é médico na zona leste de São Paulo e autor do livro “Um coração para amar”. A obra traz a história da professora que pode ser santificada pelo Vaticano.

Ela morreu em um acidente de carro em julho de 1988, aos 57 anos. O marido de Lourdinha, o dentista Héber, também estava no carro, mas sobreviveu a uma colisão na estrada de Mariápolis, em São Paulo.

Brasília (DF) 26/04/2025 - Dona Lourdinha viu Dom Orani Tempesta ser papa. Foto: Dona Lourdinha/Arquivo Pessoal
Amiga do religioso, dona Lourdinha disse que dom Orani Tempesta seris papa – Foto Dona Lourdinha/Arquivo Pessoal

Orani não tinha como esquecer do apoio da mulher que ajudava os monges, a paróquia e os mais pobres diuturnamente. “Minha mãe começou a fazer visitas, para ajudar pessoas doentes e humildes. Os pais de dom Orani estavam entre as pessoas que recebiam a visita dela”.

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“Vai ser o papa”

O médico recorda que a mãe tinha um carinho muito grande pelos pais de Orani.

“Quando Orani foi se tornar sacerdote (em 1974), ele era monge do mosteiro, convidou a minha mãe para ser madrinha de ordenação sacerdotal”. Foi nesse cenário que ela disse, antes de se tornar sacerdote, que ele iria, um dia, virar bispo e papa.

Em São José do Rio Pardo e região, a história ficou famosa e chegou a gerar expectativas a cada nova evolução na carreira, como nos momentos em que foi ordenado bispo (em 1997), arcebispo de Belém (2004), do Rio de Janeiro (em 2009) e depois cardeal (em 2014). 

Essa proximidade, segundo avalia a família de Lourdinha, contribuiu para a abertura do processo de beatificação dela. “Orani veio de uma família extremamente humilde, mas pareceu desde sempre muito preparado, sóbrio, sereno, tranquilo, focado, estudioso e de paz”.

A filha de Lourdinha, Maria de Lourdes, testemunha que, em sua região, a história da família e a proximidade com dom Orani têm chamado mais a atenção dos vizinhos. “Orani é um irmãozão em todas as nossas lutas. Ele está sempre muito presente em nossa vida”.

As famílias moravam próximas. Depois que a religião foi dando novos altares para Orani, a amizade não diminuiu. Ela guarda na lembrança o fato de o então padre celebrar o casamento dela e batizar os três filhos. “A gente sempre se fala por mensagens, dividimos as experiências e lembramos das lutas”.

Quando Tempesta foi nomeado cardeal, filhos de Lourdinha, inclusive Maria de Lourdes, foram a Roma para prestigiar e se emocionar com o momento. “No evento, não tinha somente católicos porque ele gosta muito de unir as religiões”, testemunha a amiga do cardeal.

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Inspirações

O filho de Lourdinha, Paulo Fontão, acredita que os passos dele como médico, que incluem atendimento a pessoas em situação de rua, têm relação com os ideais que recebeu da mãe. “Eu sempre procurei entender que seria essa a maneira de fazer o meu trabalho como médico, iluminado pela realidade dessa relação com Deus”.

Como pesquisador, procurou compreender como o pensamento do papa Francisco poderia integrar a ciência e a vida profissional na prática. “Eu assumi a bandeira de defendê-lo”.

De acordo com o médico, o pensamento de Francisco representa material riquíssimo, que o inspirou para o mestrado e doutorado em que estudou a conexão entre saúde e espiritualidade.Os dois temas, para ele, são complementares e não excludentes.

 “Quando comecei a fazer o mestrado e a estudar os textos do papa Francisco, vi que ele fala das periferias existenciais e geográficas. A gente deve se deixar tocar pela realidade.

“Devo a ela a minha vocação”

No mosteiro em que o atual cardeal dedicou a vida, em São José do Rio Pardo, dom abade Paulo Demartini, de 60 anos, diz que os legados desses dois personagens da cidade são bastante representativos.

“Ela era uma mulher muito piedosa e hoje em processo de beatificação. Eu devo a ela a minha vocação. Foi ela que levou dom Orani para rezar as missas no sítio do meu pai. E, por meio deles, conheci o mosteiro”, conta.

O religioso acrescenta que tinha 10 anos de idade e recorda que a mãe fazia doces sob encomenda para Lourdinha, que doava para os mais pobres. “Ela era muito generosa”. Inclusive usava o salário de aposentada para ajudar as pessoas.

Orani foi também inspiração diária para o atual abade no mosteiro em mais de 20 anos de convivência. “Ele tem o dom da escuta e da humildade”, diz Demartini que conversa diariamente com o cardeal, pelo menos até antes do conclave, quando Tempesta deverá ficar isolado das comunicações externas até o próximo para ser eleito.

Fonte: Agência Brasil

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